Presidente do Cipel durante seis anos consecutivos, Amadeu Fernandes acredita em um novo momento para as indústrias de Pelotas e dos demais municípios da região, especialmente Rio Grande, a partir de conquistas alcançadas nos últimos anos - entre elas, o avanço da duplicação da BR-116, uma forte reivindicação em que a entidade manifestou seu empenho.

Essa questão vem de encontro à necessidade do desenvolvimento logístico que torna as indústrias da região mais competitivas e os municípios da Zona Sul, entre eles Pelotas e Rio Grande, mais atrativos para novos investimentos.

Outro ponto que Fernandes destaca como primordial para o desenvolvimento industrial da região é o da capacidade energética, que pode dar um salto a partir da instalação da usina termelétrica em Rio Grande. "Uma batalha ainda não vencida, mas que Vaniel (o novo presidente do Cipel) dará continuidade", diz, otimista.

Augusto Vaniel foi empossado na presidência do Cipel na sexta-feira, substituindo Amadeu Fernandes, que também ressalta a união de Pelotas e Rio Grande para tornar as indústrias atuais mais produtivas e a região mais receptiva às novas. "Setenta por cento dos objetivos foram atingidos", avalia Fernandes sobre suas gestões à frente da entidade. "Nós temos muito a oferecer", completa o industrial, apontando o conhecimento que existe sobre o potencial da região para novos investimentos. "O boom do crescimento do Rio Grande do Sul passa pela nossa região e pelo nosso potencial", antevê Fernandes.

Sobre o crescimento das indústrias de Pelotas, o gestor aponta o de equipamentos para a saúde como um dos segmentos beneficiados pela pandemia da Covid-19. Como exemplo, Fernandes cita a Lifemed. São indústrias que cresceram nos últimos anos e se estabilizaram.

Também a de beneficiamento de arroz, que agora utiliza o valor agregado ao produto que coloca no mercado, teve expansão nos últimos anos. São aquelas marcas com diferenciais, as variações especiais, como é o caso do arroz pré-cozido. "Mas ainda tem muito a crescer", aponta o industrial. O terceiro segmento que também cresceu é o da indústria da construção, seguindo aqui uma tendência de fora.

Com uma expectativa muito boa está a área de tecnologia da informação, que vem tendo um crescimento muito grande, ao qual o Cipel vem dando seu apoio. "Os primeiros passos foram dados e ainda vai crescer muito", ressalta Fernandes, lembrando que muitas empresas de Pelotas estão trabalhando de forma online para outras de grandes centros, inclusive de fora do país.

"O mercado está olhando para Pelotas com um centro de TI, com excelente formação de mão de obra", o que também se estende a outras áreas. É preciso um trabalho contínuo de conscientização sobre a industrialização da cidade - "acreditar na cidade", diz Fernandes. Hoje, a tecnologia facilita que os profissionais formados na cidade permaneçam na cidade, ao contrário de décadas anteriores.